Grande produtor mundial de minério de ferro e outras commodities, o Brasil foi escolhido pela direção do grupo alemão Thyssenkrupp para ser um centro global de excelência em engenharia para equipamentos e tecnologias de mineração fora da Alemanha. O outro está localizado na Índia.
A decisão foi tomada no fim de 2020 e o centro instalado recentemente com equipe de 100 profissionais de elevada formação técnica. Vinculado à divisão de negócios Plant Technology, está presente em um escritório em Belo Horizonte e nos Centros de Serviços em Mineração de Santa Luzia (MG) e Parauapebas (PA), próximo a Carajás.
Leonardo Pena, diretor-técnico do Centro de Competência Global de Engenharia da unidade Plant Technology da Thyssenkrupp na América do Sul, diz que a indústria 4.0 e a digitalização é tendência crescente no mundo. “Isso, hoje, é uma realidade nas mineradoras”.
Ele destaca que cerca de 80% da produção de minério de ferro no Brasil passa por equipamentos e tecnologias da Thyssen. “Podemos oferecer níveis diferentes de digitalização aos clientes, que buscam cada vez mais eficiência, performance e redução de custos”, diz.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, atrás da Austrália. Atualmente, são três grandes mineradoras: Vale, CSN Mineração e Anglo American.
Sem revelar nomes de clientes, Pena informa que a empresa acaba de desenvolver no Brasil recuperadoras empilhadeiras de granéis sólidos (como minério de ferro, carvão, caulim e grãos). Chamada de BWSR Autônoma, a máquina tem sistema com algoritmos avançados, sensores a laser, GPS e radares. “O sistema permite reconhecer o material a ser movimentado. O operador emite uma ordem de serviço e ela executa”, diz. É a primeira máquina desse tipo desenvolvida no Brasil e a primeira a sair de fábrica 100% automatizada.
A inteligência artificial, diz Pena já está presente da mina ao porto. E isso pode ser visto com novos equipamentos ou modernização e potenciação de instalações existentes. Segundo ele, cada vez mais os computadores ganham espaço e assumem funções nas máquinas.
Recentemente, a Vale divulgou que trabalhava com caminhões autônomos em sua mina de ferro de Minas Gerais e de Carajás (PA).
O grupo Thyssenkrupp gerou vendas de € 29 bilhões no ano fiscal de 2019/2020, encerrado em 30 de setembro. Na América do Sul, onde atua nas áreas automotiva, mineração, química e defesa naval, a receita foi de R$ 3 bilhões – em 2020, o grupo vendeu a divisão elevadores.
Fonte: Valor Econômico